Atualmente, a energia solar se posiciona como a segunda principal fonte de energia no Brasil, com uma capacidade operacional de 23,9 gigawatts (GW). Apenas a energia hidrelétrica supera essa marca, enquanto a energia eólica fica atrás, conforme dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR).

Essa conquista se deve à combinação de usinas solares e sistemas residenciais de geração de energia. De fato, em 2022, o setor solar experimentou um crescimento impressionante de 64% em relação ao ano anterior.

Ainda assim, apesar do avanço notável, os dados de 2023 revelam que o Brasil, mesmo atingindo o marco de 1,6 milhão de sistemas solares instalados em todo o território nacional, com 79% desses sistemas voltados para o consumo residencial, ainda possui um grande potencial inexplorado.

Segundo Arthur Siqueira, Engenheiro Eletricista e membro do Grupo de Pesquisa em Governança Energética da IEE/USP, atualmente existem 75,2 milhões de residências aptas para adotar a energia solar, mas apenas 2,2% delas estão utilizando essa tecnologia.

Como Instalar Energia Solar em Casa?

Para a energia solar fotovoltaica, primeiramente, são instalados painéis solares, e essa instalação se mostra bastante versátil, podendo ser realizada em diferentes tipos de imóveis, desde residências até empresas e comércios.

A quantidade de painéis necessários é determinada com base na demanda de energia do local, a qual é calculada a partir do histórico de consumo dos últimos 12 meses. Nesse processo de escolha, é crucial obter pelo menos três orçamentos e verificar as referências e a reputação da empresa escolhida, certificando-se de que ela ofereça garantias de manutenção durante a vida útil dos painéis.

Atualmente, o mercado brasileiro conta com mais de 30 mil empresas que oferecem serviços de instalação de sistemas solares. O presidente da ABSOLAR Ronaldo Koloszuk destaca que a vida útil desses sistemas é um atrativo a mais, podendo se estender por cerca de 30 anos, embora exijam eventualmente algumas manutenções.

Em relação aos tipos de sistemas, podemos dividi-los em duas categorias: aqueles que utilizam baterias recarregáveis para abastecimento noturno e aqueles conectados diretamente à rede elétrica local. Após a conclusão da instalação, que geralmente leva de 1 a 2 dias, o integrador solicita a conexão e a homologação do sistema com a distribuidora de energia da cidade.

Custos da Energia Solar

De acordo com Arthur, o investimento em energia solar pode ser ilustrado por uma analogia interessante: assemelha-se ao financiamento de um imóvel. Para entendermos melhor, para cada R$100 gastos com energia elétrica, o investimento necessário para sistemas solares gira em torno de R$4.500. Com isso, uma conta de energia mensal de R$300 requer um investimento de aproximadamente R$13.500.

A boa notícia é que esse investimento pode ser compensado em menos de 5 anos. Além disso, Ronaldo Koloszuk menciona que muitos bancos privados já oferecem linhas de crédito específicas para a instalação de sistemas fotovoltaicos, tornando o processo ainda mais acessível.

Após a conclusão da instalação, a medição da energia gerada e consumida é feita por um relógio bidirecional, o qual contabiliza tanto a energia consumida quanto a injetada na rede elétrica. Nesse sistema, quando mais energia é produzida do que consumida, os créditos são acumulados, possibilitando uma “poupança de energia”, como explica Arthur.

Outra possibilidade interessante reside na distribuição de energia através de sistemas geradores próximos aos consumidores. Entretanto, é importante mencionar que, no dia 6 de janeiro, encerrou-se o prazo para os consumidores protocolarem pedidos de conexão para sistemas fotovoltaicos sob as regras da Lei 14.300/2022, a qual alterou a forma de cobrança para instalações após esse prazo. Vale ressaltar que a Câmara já aprovou a lei, mas o Senado pode estabelecer um novo prazo ao retomar a discussão.

Benefícios da Energia Solar

Um estudo recente da ABSOLAR projeta benefícios significativos para o Brasil nos próximos 10 anos, dentre os quais se destaca a economia de R$34 bilhões em custos públicos com geração termelétrica fóssil.

Mas os benefícios não param por aí: a energia solar também gerou mais de 600 mil empregos na última década e trouxe uma receita tributária de R$35,5 bilhões, impulsionada por investimentos de R$113,3 bilhões no setor.

Além do impacto positivo na economia, a energia solar contribui significativamente para a preservação ambiental, visto que reduz a dependência de combustíveis fósseis e evita a construção de barragens, ajudando a preservar os rios.

Para o cidadão comum, Arthur destaca como principal benefício a redução das despesas com energia elétrica e, consequentemente, a diminuição das emissões de gases de efeito estufa. Para ilustrar a importância da energia solar nesse contexto, em 2021, a geração distribuída evitou custos de R$13,6 bilhões durante a crise hídrica, em contraste com os R$41,6 bilhões que seriam necessários sem os sistemas solares.

Outro ponto positivo a ser considerado é que os painéis solares também têm uma taxa de reciclabilidade de 96%, o que representa uma grande vantagem tanto para o mercado de reciclagem quanto para o meio ambiente.

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